Armazenamento de Energia na Finlândia: Descubra como uma Torre de 2000 Toneladas de Areia pode Garantir Energia durante o Inverno

Em uma aldeia no sul da Finlândia, um silo gigantesco cheio de rocha pulverizada guarda uma promessa inesperada: gerar calor limpo, barato e armazená‑lo por meses. Trata‑se da maior bateria de areia do mundo, que entrou em operação em junho de 2024. A ideia, concebida por dois amigos em 2018, evoluiu para uma instalação pioneira que busca solucionar um dos maiores desafios das energias renováveis – o armazenamento em grande escala.

Como funciona a bateria de areia

A bateria térmica da Polar Night Energy foi construída ao lado da central de aquecimento urbano de Pornainen e é gerida pela Loviisan Lämpö. Ela possui capacidade de armazenamento térmico de 100 MWh, com eficiência entre 85 % e 90 %. A estrutura cilíndrica mede 13 m de altura e 15 m de diâmetro e contém aproximadamente 2 000 toneladas métricas de esteatita triturada, um subproduto da fabricação de chaminés finlandesas.

O princípio de operação é simples: eletricidade, preferencialmente proveniente de fontes solares ou eólicas, aquece resistivamente o ar que circula no interior do silo. Esse ar quente transfere calor para a esteatita, que, graças à sua alta densidade e capacidade calorífica, retém energia a temperaturas de até 500 °C por longos períodos. Quando o calor é necessário, o ar aquecido é novamente movimentado, transferindo energia para a água que abastece a rede de aquecimento urbano.

No caso de Pornainen, a bateria fornece calor a edifícios públicos, residências e até à piscina municipal. Todo o controle e a previsão de desempenho são geridos por um modelo avançado de transferência de calor, que calcula em tempo real as cargas ideais de carga e descarga.

Além de garantir o fornecimento de energia térmica por até uma semana no inverno ou um mês no verão, a instalação pretende reduzir em 60 % o uso de combustíveis fósseis no aquecimento urbano e eliminar cerca de 160 toneladas de CO₂ por ano. Vale ressaltar que o material utilizado não é areia de construção, mas esteatita reciclada, um subproduto local, o que abre caminho para modelos de economia circular e diminui a pressão sobre os ecossistemas.

A bateria faz parte do serviço de reserva de energia e a empresa está desenvolvendo um projeto piloto para converter o calor armazenado de volta em eletricidade, aumentando ainda mais a flexibilidade do sistema energético. O custo de armazenamento estimado é muito inferior ao das baterias de lítio, reforçando seu potencial como alternativa sustentável.

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