O aquecimento a lenha responde por 41 % das emissões anuais de partículas finas, um volume significativo que impacta diretamente a saúde humana e o meio ambiente.
Mesmo quando as florestas são manejadas de forma sustentável, a crescente demanda por madeira exerce forte pressão sobre os recursos florestais, dificultando a sua regeneração.
Em resposta a esse cenário, surgiu na Argentina uma alternativa inovadora: briquetes produzidos a partir de resíduos de frutas, que se mostram mais baratos e menos poluentes que a lenha tradicional.
Por que repensar o uso da lenha como combustível?

Durante muito tempo, a madeira foi considerada um combustível renovável e neutro em carbono, mas a realidade demonstra que a extração contínua de madeira contribui para a degradação das florestas e para a liberação de partículas finas nocivas ao ar.
Os pellets de madeira, embora mais eficientes, ainda dependem de recursos florestais e não eliminam completamente o problema das emissões.
A solução argentina, chamada “leña de orujo de fruta”, aproveita resíduos de maçã e de outras frutas da produção de cidra, transformando‑os em briquetes sólidos por meio de secagem solar e compressão.

O processo consiste em coletar os resíduos, secá‑los ao sol – sem consumo de energia fóssil – e prensá‑los em blocos compactos que podem ser queimados em fogões convencionais com a mesma eficiência da lenha tradicional.
Além de reutilizar material que antes era descartado, os briquetes apresentam emissões muito inferiores às da lenha convencional, contribuindo para a melhora da qualidade do ar.

- Redução significativa das partículas finas emitidas durante a queima;
- Custo de produção e preço final mais baixos em comparação à lenha e aos pellets;
- Uso de recursos agrícolas abundantes e subaproveitados;
- Processo de fabricação com baixo consumo energético, graças à secagem solar;
- Disponibilidade prevista para o mercado europeu a partir de 2025.
Com esses benefícios, os briquetes de resíduos de frutas surgem como uma alternativa viável, econômica e ambientalmente responsável para aquecer residências, reduzindo a dependência da lenha e dos pellets tradicionais.